sexta-feira, 20 de novembro de 2015

O EVANGELHO DA CONVENIÊNCIA: Um deus para cada cristão

No sentido espiritual, é bem verdade que o meio evangélico vem sentindo duros golpes das muitas teologias que atualmente compreendem o universo “gospel”. Para um melhor entendimento do que propomos no título deste artigo, ressalte-se a Teologia da Substituição e a Teologia da Prosperidade. Na primeira há um enorme desvio ante os fundamentos da fé no Eterno, Sua Lei (Torá), Seu povo e Seu propósito. Isso se dá na medida que o Pai é substituído pelo Filho, a Lei pela Graça, Israel pela igreja cristã, e o propósito de restauração pelo de reforma. Já em relação a Teologia da Prosperidade, vê-se um abismo enorme ante as diferenças da teologia ensinada na igreja de Atos, onde havia unidade de propósito e divisão de propriedade conforme a necessidade dos irmãos mais desprovidos. Também essa teologia bate de frente ao ensinamento de Yeshua no que se refere aquela conversa com o jovem rico, que era zeloso na prática da lei, mas que mostrou-se temerário a trocar a salvação pelos seus bens, uma vez que o Messias teria ensinado que ele deveria vender tudo o que tinha e dividir com os pobres.
Na atualidade o que se vê de forma mais descabida, é justamente que o evangelho que se prega é aquele que “os meus ouvidos querem ouvir”. O Deus que se apresenta é aquele que me convém. Aquele que tem que me dar a cura, os bens de que necessito e que me ajude a pisar nos meus inimigos.
Infelizmente essa é a realidade da evangelização e tudo isso pode ser provado muito facilmente bastando ao leitor ligar a TV ou o rádio e sintonizar os muitos programas religiosos que fazem uso destes artifícios levando o povo ao engano e afastando-o cada vez mais da verdade das Escrituras. O povo não conhece mais o Eterno criador do universo. Cada pessoa em particular tem o seu próprio Deus. E se alguém entende que o politeísmo grego já foi vencido, é hora de cair na real para perceber que levados pelo engano dessas duas teologias, mais próximos estamos da reinvenção de outras tantas mitologias e paganismos.
Preocupa, ainda mais, o maior mito da atualidade, o Deus “Eu”. Esse é o mais venerado por idolatria. Ele está em toda parte, desde minha boca, no meu andar, no meu vestir, no meu perfil nas redes sociais. Em tudo e por tudo. Ele é mesmo a minha imagem, basta ver na minha “selfie”, nos meus comentários, nas minhas publicações. Onde eu estou ele está. Ele me localiza, ele sabe onde vou e com quem estou. Ele até tem um livro da minha vida e nesse livro uma linha de meu tempo perdido com as minha falsas aparências e falsos pensamentos.

Convém que estejamos acordados para essa realidade a fim de voltarmos ao primeiro amor. O amor verdadeiro. O amor aos mandamentos do Eterno, ao seu Caminho único que leva a Vida. É preciso reconhecermos que o sangue derramado pelo Filho teve um alto preço e que a salvação é a perseverança na fé em Yeshua e seu testemunho. É imperioso que saibamos que fé é sinônimo de fidelidade. Esta fidelidade obriga o homem a observâncias do que para nós foi determinado pelo Pai nos cinco primeiros livros da Bíblia, na Torá, na Lei, pois se assim não fosse em vão seria a frase dita várias vezes pelo messias: “Vá e não peques mais!”. Tudo isso nos levará a sermos libertos dos laços do  inimigo e é claro das vãs doutrinas e dos enganos das falsas teologias, que sequestram nossos corações e mentes.