terça-feira, 13 de dezembro de 2016

EMUNAH

Às vezes pode parecer esquisito que de uma hora para outra passamos a escrever as palavras da Bíblia em hebraico abandonando nosso idioma de origem.
Existem até algumas pessoas que sentem-se mal com esse hábito. Ficamos parecendo pessoas estranhas à "fé" do interlocutor. Mas, o que realmente queremos trazer a luz é a importância de estudarmos as escrituras sagradas tendo como fundamento principal a língua com que foram escritas a Palavra de nosso Elohim. É através da língua dos hebreus e sua cultura, que podemos ter a certeza que estamos contextualizando da forma mais lógica e clara possível, o que Ela tem a dizer.

Trazer a tona o conceito de Emunah é fundamental para compreendermos pontos fundamentais dos ensinamentos descritos no Tanach (Torá, salmos e os profetas), bem como das passagens da Nova Aliança (Novo Testamento) que podem parecer, por vezes, contraditórias, e em outras obscuras, devido aos enganos das traduções e interpretações provenientes das línguas grega e latina.

Ora, como o grego e o latim poderiam ser os melhores idiomas para refletir a mensagem insculpida na Bíblia, se toda Ela, as Escrituras, tratam, principalmente, da vida, hábitos, usos, costumes, do povo judeu e não de gregos e romanos? devemos desprezar toda a riqueza judaica contida nas escrituras?

Lembre-se que Yeshua (Jesus) era judeu, Miriam (Maria), os doze apóstolos e a imensa maioria das personagens que aparecem em todo o texto sagrado.

No livro de Mateus 10:5-6, diz que:

"Jesus enviou os doze com as seguintes instruções: "Não se dirijam aos gentios, nem entrem em cidade alguma dos samaritanos.
Antes, dirijam-se às ovelhas perdidas de Israel". 

Paulo confirma na sua Carta aos Romanos, 1:16:

"Não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê: primeiro do judeu, depois do grego".  

Do mesmo modo, no capítulo 2:9-11, ele confirma e acrescenta:

 "Haverá tribulação e angústia para todo ser humano que pratica o mal: primeiro para o judeu, depois para o grego;
mas glória, honra e paz para todo o que pratica o bem: primeiro para o judeu, depois para o grego. 

Yeshua, vem apresentar as coisas do Reino, primeiramente ao seu povo, só depois para os gentios. Então, seguindo esse raciocínio, Ele estaria a falar para o seu povo de modo que eles entendessem a sua mensagem da melhor forma possível. 
É óbvio que ele se dirigiria ao seu povo tendo como ponto base fundamental os princípios refletidos na Lei, nos Salmos e nos Profetas, que eram as Escrituras da época e que todo israelita conhecia e tinha intimidade.
É sob este aspecto que se diz que Ele veio primeiro às ovelhas perdidas da casa de Israel, pois, nesse tempo, os israelitas, encontravam-se afastados da "fé original (verdadeira)" por causa da usurpação do templo pelos romanos e a subserviência da cúpula sacerdotal. Estes últimos, se desviaram da Torá para criar pesados jugos (dogmas) sobre os fiéis.

Desculpem-me o peso de toda essa longa introdução para chegar ao estudo do que propõe o título deste texto, porém, o correto entendimento do que vem a ser Emunah passa necessariamente pelos pilares apontados acima.

Esclarecidos os aspectos acima descritos, passemos a tratar mais propriamente do tema. 

Levemos em consideração, primeiramente, que o conceito de Emunah é diferente do que a tradução latina revelou como "fé".

O conceito de "fé" para os gregos e os romanos é muito mais voltado para o superficial, o abstrato, para a metafísica, enquanto que, para o judeu as coisas são colocadas com os pés no chão, ou seja, de forma mais sustentada e concreta.

Atente que, dentro da religiosidade dos povos grego e romano as questões relativas a fé passariam por toda uma complexa gama de crença em seus mitos e superstições. Deuses que hora agiam como divindades, hora agiam como humanos, criaturas e monstros, etc.  Do ponto de vista judaico, a fé sempre foi a da tradição monoteísta, ou seja, crença em apenas um Deus. 

Tendo entendimento dessa divergência religiosa que envolve gregos, romanos e hebreus (judeus), é mister afirmar que o conceito de Emunah diverge do entendimento grecoromano de fé. Emunah se traduz como fidelidade, certeza, honestidade, lealdade, permanência, segurança, etc., enquanto que "fé" da práxis grecoromana, lidaria mais com o superficial, com o efêmero. 

Fé, se origina do latim felitas, no sentido de "crença ou confiança"; já Emunah, deriva-se do verbo hebraico Aman, cujo significado, é firmar, resitir, ser fiel, ficar firme, assegurar-se, perseverar.

É por causa da nossa herança cultural grecoromana que passamos a acreditar que basta estarmos "deitados em berço esplêndido" e esperarmos as coisas cairem do céu que tudo se confirma aqui na Terra. Foi dessa maneira que fomos desviados do entendimento correto da Palavra.  Se não tivessem desvirtuado o caminho correto a ser percorrido pela fé, ou seja, se fosse a fé entendida dentro do contexto cultural judaico, estaríamos tendo hoje um contato mais fiel, puro, íntimo e concreto com o Eterno. 

Desta forma, abandonando a herança grecolatina da expressão contida no texto de Efésios 2:8, e tornando efetiva em seu lugar o contexto hebraico, podemos afirmar que a Emunah é um dom do Altíssimo, portanto, não vem de nós e tem por objetivo o fortalecimento da congregação e da edificação do crente.

Então, para exemplificar digamos que você seja um promotor de justiça e que pela lei, estando investido de autoridade, resolva permancer na inércia ao invés de efetivante exercer o seu múnus. Dessa maneira, em nada você fortalecerá a comunidade cuja jurisdição é de sua responsabilidade, bem como, em nada estará sendo edificado enquanto profissional.

Assim, podemos concluir que, a Emunah é algo que precisa ser exercitado continuamente. A busca pelo aperfeiçoamento da fé deve ser constante e isso se dá mediante o estudo e a prática das Escrituras.

Caro leitor, tenho certeza que agora já dá para entender de maneira mais correta o uso e o significado da palavra  "fé". O entendimento desse aspecto judaico ensinado aqui tem que estar, necessariamente, em conformidade com o que está descrito em Hebreus 11:6. Neste versículo afirma-se o princípio de que "sem a Emunah (fidelidade)  é impossível agradar a Deus. Portanto, passemos a utilizar o contexto correto da Bíblia para pormos em ação o melhor que há em nós enquanto filhos do Deus Altíssimo,

Lembre-se o que está escrito em Hebreus 11:1:

Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem.

Firme fundamento é algo sólido, concreto, seguro e o exercício da fé leva a prova das coisas que não se vêem.

Viva sua vida firmado na esperança das realizações dessas coisas que não se vêem, mas também, viva na certeza de que o Eterno é aquele capaz de te dar a prova de que a vontade Dele em nossas vidas se realizará.


sábado, 10 de dezembro de 2016

QUANTO NOS PESA A LEI: Levados a desobediência

Um dia desses, num encontro com amigos para estudarmos as coisas do Eterno, um deles contou-me que diante de um encontro com um rabino, questionou se a observância da lei não teria se tornado um fardo muito grande para nós e por isso mesmo teria entrado em desuso.  Ele me contou que o rabino, muito calmamente lhe respondeu com essa pergunta: “Há algo na Torá impossível para os homens cumprir?”.

Na verdade,  somos levados ao engano de pensar que as leis mosaicas, seus estatutos e ordenanças são pesados de mais para nós, ou ainda, pensarmos que essa ou aquela diretriz da Torá está ultrapassada porque em tempos modernos não dá mais para continuar a seguir tal orientação. 

Os judeus costumam contar, baseados na Torá, que a Lei possui 613 ordenanças que devem, ainda, ser seguidas pela humanidade.  Por outro lado, o pensamento ocidental e cristão, nos diz que Jesus (Yeshua) aboliu  a Lei mosaica, posto que, conforme ensina a Carta aos Romanos, capítulo 10, versículo 4, “o fim da Lei é Cristo[...]”.


Assim, para nós que estamos perfazendo toda essa caminhada espiritual, nos vemos agora diante de uma estrada com uma bifurcação.   É a hora em que paramos para pensar e constatamos um possível equívoco. Que caminho tomar? Haverá dois Caminhos?

É óbvio que não! 

Durante muitos séculos fomos levados ao engano de interpretar essa passagem de Romanos com os olhos do antissemitismo que, infelizmente,  é o olhar dominante de toda teoria e crítica bíblica, da hermenêutica e da teologia sistemática.   


Na verdade, a melhor explicação para  essa passagem bíblica é a de que o termo “fim da lei”, deva ser entendido como “finalidade da lei”, ou a “direção que se aponta”. Dessa maneira estaremos, inclusive, afirmando um posicionamento do Próprio Cristo, quando diz em Mateus 5:17: 

Não penseis que vim revogar a lei ou os profetas; não vim revogar, mas cumprir”.

Entendo, meus caros leitores, que a modernidade nos escravizou neste sistema financeiro e que por vezes nos vemos impossibilitados de cumprir os mandamentos do Eterno. Porém, importa darmos o primeiro passo como igreja de Cristo e em Cristo, reconhecer o pleno vigor da Torá (Lei), que de forma tão amorosa nos foi dada pelo Pai, não para aprisionar-nos, mas para garantir nossa liberdade, para apontar-nos a direção correta, o único Caminho: a obediência.

Yeshua (Jesus), ao operar milagres, comumente orientava ao agraciado a não voltar a pecar. Assim, outra vez pergunto: O que é o pecado?

Os crentes mais íntimos com a Palavra e com os idiomas originais da Bíblia, rapidamente responderão: - Pecado é errar o alvo!

Em 1 João 3:4 encontramos:
"Todo aquele que pratica o pecado está praticando também o que é contra a lei, e o pecado é aquilo que é contra a lei".

Dessa forma é pela Lei que sabemos o que é o pecado.
O Direito Penal categoricamente afirma: Não há crime sem lei anterior que o defina.
Assim, do mesmo modo, o pecado é conhecido através da lei. É ela que revela. 

Um crente desavisado, embevecido pela teologia ocidental, pode ainda afirmar: 
- Estamos vivendo a época da graça, ela desabonou nossos pecados e não precisamos mais da lei.

Ora! sejamos sinceros: Se não há mais a Lei, também não subsiste a graça, pois a revogação da lei implica na inexistência do pecado e não havendo pecado para que me serve a graça?

Atentai os ensinamentos de Yeshua. Lembre-se ele é a própria Palavra e a Palavra é a Verdade. Ela permanece viva e em pleno vigor e Ele plantou-a em nossos corações. Portanto, não sou mais o mesmo de antes, quando a desconhecia. Ela me freia, é ela que me direciona, que me dá a paz e a segurança.





 

UMA REVELAÇÃO DE SHABAT

Estávamos viajando de ônibus, eu, minha esposa e minhas duas crianças. Era uma viagem em família. Tudo tinha dado certo e estávamos chegando da nossa aventura bem cansados. Meu menino mais velhos jogava no celular da mãe e o mais novo estava acompanhando.
Chegando no nosso destino minha mulher desce na frente dizendo que teria primeiro que passar em algumas lojas. Os demais passageiros descem e fico por último com a intenção de na saída pagar nossa passagem.
Ao descer percebo só ter no bolso duas notas de dois reais. Pergunto quanto é a passagem e o motorista responde que custou seis reais. Fico meio encabulado com o vexame. Procuro minha mulher mais não encontro. Telefonar não dava porque os meninos estavam entretidos com o celular da mãe. Bate uma aflição. Digo ao motorista que não se preocupe porque vou arranjar por ali por perto, afinal estava na minha cidade e todos me conheciam. Ele, o motorista, propõe que eu deixe os meninos no ônibus enquanto ele arrodearia o quarteirão para pegar mais passageiros, que na volta ele deixaria os meninos e eu pagaria o que devia. Aceito e saio a procurar quem poderia me ajudar naquela situação.
O ônibus sai. Encontro uma mulher vendendo balas na calçada ali próximo. Pergunto se ela pode me emprestar dois reais que eu logo lhe repassaria o dinheiro. Ele diz que não pode me emprestar dois reais. Eu insisto, perguntando se ela me conhecia. Ela afirma que sim, mas que só poderia arrumar um real.
Menos mal para mim. Revejo minha carteira e no local das moedas percebo que tenho mais um real de moedinhas. Tudo parecia dar certo, pois agora eu tinha cinco reais e com mais um real que consegueria emprestado completaria os seis da passagem.
Saí feliz e fiquei a esperar o ônibus dar a volta no quarteirão. A minha esposa nada de aparecer. Enfim, vejo que um ônibus se aproxima. Ele para, olho para dentro não vejo mais o motorista. Converso com esse novo motorista e logo descubro que aquele não era o mesmo ônibus que em que viajei.
A angústia me bate. Penso alto: Meu Deus e meus filhos? Olho para um lado e para o outro não vejo minha esposa nem solução nenhuma para aquilo. Vem logo o gôto seco que me desce a garganta. Estou arrasado. Quero meus filhos e o desespero arde em minha alma.
De repente sinto uma mão me tocando. Reconheço pelo tato aqueles dedinhos e a pele macia, olho de lado. Estou deitado junto de meu filho mais velho. Percebo que acordei e que tudo não passou de um sonho. Suspiro. Encaminho uma oração clamando por misericórdia e peço que me revele o que seria aquela revelação.

Aos poucos recebo a luz sobre o que aquele sonho retratava.
Estava eu dormindo da sexta feira para o sábado, portanto era Shabat e isso por si só já me dá o caráter de revelação. Então percebo que seis era a quantia que deveria pagar. Seis é o número de dias em que o Eterno tudo fez. No sexto dia o homem foi feito. Portanto, o seis na cultura judaica representa o homem.
Agora tudo faz sentido. A mensagem é clara. Seis são os dias de trabalho e não há outro homem em que possa pagar o preço pela benção que é a vida de meus filhos. Apenas eu e somente eu tenho que pagar o preço, cumprir as determinações pelas bençãos a mim dadas. A cada um sua responsabilidade. Seis são os dias de trabalho para no sétimo, graças ao Pai, descansarmos.
SHABAT SHALOM UMEVORAH. Um sábado de paz abençoado!

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

A CRUZ JUDAICA DE YESHUA

Existem pessoas que se apegam sobremaneira aos símbolos. Estes passam a ter para muitos um significado de sagrado.
Na verdade os símbolos, ou signos, podem ser denominados, como algo que representa outra coisa para alguém.
Podemos afirmar, categoricamente, que os símbolos são essenciais para a comunicação. Através deles se expressam os mais variados sentimentos e até mesmo as palavras são ajuntamento de símbolos.

Para o cristianismo a cruz representa o Cristo morto e tal simbologia passou a ser amplamente cultuada, passando, inclusive a ser tratada como algo santo.

Por outro lado, há uma vertente religiosa que se nega a dar sacralidade a cruz, sob o argumento de que ela é um símbolo pagão e denotaria uma vergonha enfatizá-la como algo sacro.
Outros preferem afirmar que ela representaria uma maldição e há quem diga que a morte de Yeshua Hamashiah (Jesus, o messias) não se deu numa cruz, mas numa estaca ou madeiro que tinha forma diversa da cruz como conhecemos hoje.
De certo é que, a cruz tanto está presente na cultura pré-cristã, como na cultura não cristã.

Mas, o que nos faz escrever essa pequena crônica não é a discussão sobre as formas da cruz, seu culto e adoração. Aqui temos o interesse de revelar algo mais profundo e que está descrito na Bíblia. Algo que poderá fazer o leitor odiar as minhas palavras ou amá-las e abraçá-las como verdade revelada e restaurada.
Pois então caríssimo leitor, sente-se e acomode-se e aproveite atentamente o que vou afirmar:

Sobre a punição que Yeshua (Jesus) sofreu, vemos em Deuteronômio (Devarim) 21:22:
"Quando também em alguém houver pecado, digno do juízo de morte, e for morto, e o pendurares num madeiro, o seu cadáver não permanecerá no madeiro, mas certamente o enterrarás no mesmo dia; porquanto o pendurado é maldito de Deus; assim não contaminarás a tua terra, que o Senhor teu Deus te dá em herança."

Aqui encontra-se o caráter de maldição daquela punição horrenda. Então, perceba que a medida remonta os tempos de Moisés, ou seja, era prevista na cultura hebraica. Também, veja que aqui não se trata de "cruz" no formato que conhecemos, e sim de "madeiro".

Então, para darmos encaminhamento a nossa revelação, partamos nesse segundo momento para a afirmação de que, muito provavelmente, Yeshua (Jesus) juntamente com seu pai, Yosef (José), construíram sua própria cruz.

O fato de estar previsto, como afirma o versículo acima, que o cadáver teria de ser enterrado no mesmo dia, demonstra claramente a ênfase de que no momento da "crucificação" os soldados não precisaram quebrar as pernas de Yeshua, pois, Ele, o Messias, já havia morrido. Esse costume era uma forma de apressar a morte do apenado, não deixando que o mesmo passasse mais tempo do que estava previsto na Lei, bem como para que se cumprisse o que estava previsto pelos profetas de que nenhum osso Dele seria quebrado.

Voltemos então as atenções a execução do Messias. Desse modo, esse madeiro de que trata o versículo, foi, muito provavelmente, retirado da casa em que morava Yeshua e sua família. 

Nesse tempo, Yosef (José) já teria morrido. Lembrem-se que Yeshua e seu pai foram carpinteiros e habilidosos também noutras artes.  Assim, seria natural, naquela época, que eles mesmos tivessem construído sua moradia.

Mas, voltemos a tratar da pena sofrida por Ele. O crime para punição tão severa seria a blasfêmia contra o templo. 
Mais adiante, há uma passagem bíblica em que Yeshua está diante de Caifás, o Sumo Sacerdote da época. Pesa contra o nosso Messias a acusação de ter dito que derrubaria o templo e o ergueria em três dias. Essa foi a blasfêmia que redundou na punição de que tratamos aqui. 

O que poucos sabem é que, desde a época de Dario, que se fala de documentos dos tempos do Rei Ciro em que no decreto deste rei encontrava-se a pena capital para quem investisse (profanasse) contra o templo de Yerushalaim (Jerusalém).
Há uma passagem no Livro de Esdras, que diz: 

"Também por mim se decreta que todo o homem que mudar este decreto, se arrancará um madeiro da sua casa, e, levantado, o pendurarão nele, e da sua casa se fará por isso um monturo".

Assim, Miriam (Maria) após a morte de seu filho não tinha mais onde morar, pois a viga principal da casa foi retirada para dar cumprimento a punição de Yeshua. Do mesmo modo, a casa fora também demolida. 
Isso é tão provável que no Livro de Yohanan (João) 19: 26-27, acontece o seguinte:

"Ora Jesus, vendo ali sua mãe, e que o discípulo a quem ele amava estava presente, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho.
Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa".


Os estudiosos da Bíblia afirmam categoricamente que o discípulo mais amado era Yohanan (João).

A partir daí Maria, passou a morar com Yohanan (João) porque sua casa teria sido demolida como complemento da punição a acusação de blasfêmia supostamente praticada por Yeshua. 

O leitor bem atento poderá verificar no Evangelho de João que somente após proferir a mensagem de entrega da mãe por Yeshua aos cuidados de João, o Talmid mais querido, foi que Yeshua decreta que "está consumado". Ou seja, ali ele teria cumprido todas as profecias e mandamentos que a Lei o obrigava, posto ser Ele o Messias. Como cumpridor da Torá, ele jamais poderia deixar sua mãe no relento e como conhecedor da Lei, sabia Ele que a punição teria que ser dado a cabo.

Algumas questões relativas a essa temática podem ser levantadas contra o nosso argumento acima exposto. 
Uma delas é a de que Yeshua teria sido executado no madeiro ou na cruz de Barrabás. Mas, não há em Evangelho algum tal sustentação, ainda mais quando, não era esperado o julgamento de Barrabás. A oportunidade de sua soltura veio justamente por intermedio de seus seguidores. Estes, bem articulados e sabendo da determinação da liberdade de um dos condenados pela praxe da época, conseguiram encaixar essa bonificacão em prol de Barrabás. Posto que o julgamento de Yeshua foi um jogo de "cartas marcadas".

Por outro lado, a favor dessa Teoria da Cruz de Barrabás existe o fator distância da cidade de Cafarnaum para Jerusalém (194 km).  
Nessa época não havia qualquer meio moderno que pudesse dar conta para que tudo isso fosse realizado de maneira tão rápida. Ou seja, trazer a viga da casa do Messias em Cafarnaum e a demoliçao dela. 
Vale salientar que o julgamento e a execução se deram no mesmo dia. Contudo, leve-se em consideração o poderio e organização do Império Romano, que pode, sim ter realizado tal façanha a tempo, muito embora, prefiramos acreditar que isso é mais um fato que dá fundamento a nossa crença de que o julgamento Dele foi um "jogo de cartas marcadas". 
De certo é que no Evangelho de João há uma afirmação de que Yeshua se apresentou logo cedo a Pilatos (João 18:28-29). Mas há uma afirmação, também no mesmo evangelho de que Yeshua teria carregado seu próprio madeiro, o que põe fim a qualquer discussão (João 19:17). 
Ressalte-se que, no Evangelho de Mateus vê-se, claramente, que o motim contra Yeshua começou um dia antes. Assim tudo já estava planejado contra ele. Provavelmente, esses mesmos que criaram o motim já teriam providenciado para que o madeiro fosse reitrado da cumeeira de sua casa e a mesma derrubada.
É certo ainda, que Maria e sua família já estavam em Jerusalém e a outorga de sua mãe aos cuidados de João respondem ao argumento que diz: o que Maria e sua família estavam fazendo na cidade santa? 
Sobre esse argumento, alguém pode afirmar que estavam ali pela passagem da Páscoa, mas o costume era de que a participação naquela festa só era permitida a um membro da família e teria de ser homem, muito embora a peregrinação fosse comum naquela semana de celebração dos Ázimos e da Páscoa.    

Finalizando queremos endossar que, é óbvio que Yeshua não incorreu em crime algum. Estava ele falando de seu próprio corpo e de sua ressurreição quando reportou a derrubada e reerguimento do templo. As vendas nos olhos daqueles homens foi que levaram-nos a cometer tamanha injustiça, muito embora saibamos que tudo o que houvera contra o Messias estaria dentro do propósito do Eterno.

E agora caro leitor, como você irá permancer? De vendas ou livre delas para o Caminho, a Verdade e a Vida? Lembre-se você tem o livre arbítrio, não seja escravo do sistema!



Quando também em alguém houver pecado, digno do juízo de morte, e for morto, e o pendurares num madeiro,
O seu cadáver não permanecerá no madeiro, mas certamente o enterrarás no mesmo dia; porquanto o pendurado é maldito de Deus; assim não contaminarás a tua terra, que o Senhor teu Deus te dá em herança.
Deuteronômio 21:22,23
Quando também em alguém houver pecado, digno do juízo de morte, e for morto, e o pendurares num madeiro,
O seu cadáver não permanecerá no madeiro, mas certamente o enterrarás no mesmo dia; porquanto o pendurado é maldito de Deus; assim não contaminarás a tua terra, que o Senhor teu Deus te dá em herança.
Deuteronômio 21:22,23


quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Parábola do sulista

Havia um sujeito nascido no Sul do Brasil, criado conforme as melhores tradições sulistas. Usava a bombacha, o lenço, poncho e tomava sempre seu chimarrão.
Como um bom Gaúcho dos Pampas, gostava muito das danças daquela região e até tocava gaita, espécie de acordeon, instrumento muito parecido com a sanfona nordestina. Apreciava, sobretudo, o vanerão e o xote sulista.
Sempre viveu imerso em sua cultura até o dia em que teve contato com a musicalidade de Luiz Gonzaga. Nunca ouvira falar de tal sujeito. Seu primeiro contato com o "velho Lua" se deu através das ondas da rádio local, que um dia resolveu tocar Asa Branca.
Ele logo se apaixonou por aquela riqueza sonora. Apaixonou-se de cara. Ainda mais quando toda a harmonia daquela música se dava principalmente pelo som da sanfona e que era um som muito parecido com o da gaita que ele tocava.
Então ele resolveu espalhar com os amigos e familiares aquela música linda. Para sua surpresa, aquela música não era novidade para os ouvidos de muitos. Foi um amigo seu que disse que aquele sujeito que ele ouvia tratava-se da maior expressão musical do Nordeste brasileiro: Luiz Gonzaga.
Ele então resolveu se aprofundar na música de Gonzaga, mas não aceitava o fato dele ser nordestino. Aquele sotaque, aquela fala, aquelas metáforas e figuras de linguagem, ele não entendia e nem aceitava. Como aceitar ouvir alguém falar que "Furaro os zóio do Assum Preto pra ele assim cantar mió..."; ou "quando ôiei a terra ardendo...". Como poderia aquele músico vindo de uma região tão carente conter tanta sabedoria?
Ele aceitava tudo daquela música menos a nordestinidade envolvida.
Nossa intenção com a criação desta parábola não é a de criar embaraço para os sulistas. Não se tem a intenção de criar um confronto entre a cultura do Sul e a do Nordeste, nem mesmo a de dizer que existe tal personificação entre os sulistas, ao contrário, que fique registrado nossa admiração e respeito ao povo do Sul. Então, Qual a explicação dessa parábola?
É simples. Do mesmo modo como o jovem sulista não aceitava a nordestinidade de Luiz Gonzaga, muitos hoje, por completo desconhecimento da verdade das Escrituras, ou pelo enraizamento de dogmas criados pelas religiões cristãs, tem cometido o mesmo engano em relação a Yeshua.
Todos conhecem ao Jesus apresentado pela Igreja Greco-romana, mas sempre que informado das origens judaicas Dele, muitos o rejeitam. Ora, Yeshua viveu na Judéia, nasceu em Beit Lehem (Belém), obedeceu a Torá e viveu as festas e costumes judaicos da época. Os apóstolos eram judeus, a genealogia Dele é judaica. Enfim, a Bíblia por completo é um livro judaico por natureza. Se alguém tem ojeriza ao judaísmo, saiba que você está rejeitando a Ele, posto que todo ser é um somatório de sua composição física com os traços identitários, sejam eles sociais, culturais, religiosos, etc. O fato é que rejeitar a identidade judaica de Yeshua é rejeitá-lo como Filho do Altíssimo. É o mesmo que tornar-se Anticristo. Portanto cuidado com o que você absorve da teologia ocidental. E lembre-se do que o Altíssimo disse para Abraão: "Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem (Gen 12:3)"