Havia um sujeito nascido no Sul do Brasil, criado conforme as melhores tradições sulistas. Usava a bombacha, o lenço, poncho e tomava sempre seu chimarrão.
Como um bom Gaúcho dos Pampas, gostava muito das danças daquela região e até tocava gaita, espécie de acordeon, instrumento muito parecido com a sanfona nordestina. Apreciava, sobretudo, o vanerão e o xote sulista.
Sempre viveu imerso em sua cultura até o dia em que teve contato com a musicalidade de Luiz Gonzaga. Nunca ouvira falar de tal sujeito. Seu primeiro contato com o "velho Lua" se deu através das ondas da rádio local, que um dia resolveu tocar Asa Branca.
Ele logo se apaixonou por aquela riqueza sonora. Apaixonou-se de cara. Ainda mais quando toda a harmonia daquela música se dava principalmente pelo som da sanfona e que era um som muito parecido com o da gaita que ele tocava.
Então ele resolveu espalhar com os amigos e familiares aquela música linda. Para sua surpresa, aquela música não era novidade para os ouvidos de muitos. Foi um amigo seu que disse que aquele sujeito que ele ouvia tratava-se da maior expressão musical do Nordeste brasileiro: Luiz Gonzaga.
Ele então resolveu se aprofundar na música de Gonzaga, mas não aceitava o fato dele ser nordestino. Aquele sotaque, aquela fala, aquelas metáforas e figuras de linguagem, ele não entendia e nem aceitava. Como aceitar ouvir alguém falar que "Furaro os zóio do Assum Preto pra ele assim cantar mió..."; ou "quando ôiei a terra ardendo...". Como poderia aquele músico vindo de uma região tão carente conter tanta sabedoria?
Ele aceitava tudo daquela música menos a nordestinidade envolvida.
Nossa intenção com a criação desta parábola não é a de criar embaraço para os sulistas. Não se tem a intenção de criar um confronto entre a cultura do Sul e a do Nordeste, nem mesmo a de dizer que existe tal personificação entre os sulistas, ao contrário, que fique registrado nossa admiração e respeito ao povo do Sul. Então, Qual a explicação dessa parábola?
É simples. Do mesmo modo como o jovem sulista não aceitava a nordestinidade de Luiz Gonzaga, muitos hoje, por completo desconhecimento da verdade das Escrituras, ou pelo enraizamento de dogmas criados pelas religiões cristãs, tem cometido o mesmo engano em relação a Yeshua.
Todos conhecem ao Jesus apresentado pela Igreja Greco-romana, mas sempre que informado das origens judaicas Dele, muitos o rejeitam. Ora, Yeshua viveu na Judéia, nasceu em Beit Lehem (Belém), obedeceu a Torá e viveu as festas e costumes judaicos da época. Os apóstolos eram judeus, a genealogia Dele é judaica. Enfim, a Bíblia por completo é um livro judaico por natureza. Se alguém tem ojeriza ao judaísmo, saiba que você está rejeitando a Ele, posto que todo ser é um somatório de sua composição física com os traços identitários, sejam eles sociais, culturais, religiosos, etc. O fato é que rejeitar a identidade judaica de Yeshua é rejeitá-lo como Filho do Altíssimo. É o mesmo que tornar-se Anticristo. Portanto cuidado com o que você absorve da teologia ocidental. E lembre-se do que o Altíssimo disse para Abraão: "Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem (Gen 12:3)".
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